GNOSE PARA POUCOS - A Nota Síntese - COMBATENDO A TAGARELICE

“As pessoas estão cheias de si mesmas, de seus orgulhos, de suas faculdades, de suas teorias...” (Samael Aun Weor)

Diariamente nos desenvolvemos por trilhos mecânicos, repetimos estados psicológicos, preocupações, eventos, hábitos, os mesmos erros, temos sempre as mesmas emoções negativas, etc.

Para chegarmos a ser alguém diferente e mais relacionado com nosso Ser, deveremos deixar de ser o que somos, isto é, precisamos sacrificar a Tagarelice e a Canção Psicológica de nossos defeitos. A Tagarelice é a capacidade que nossa Mente tem de ficar divagando sobre as impressões que nos entram ou sobre as aspirações que possuímos, dificuldades que estamos enfrentando, etc. Nossa Mente é uma comentarista nata, sabe tudo, tem a solução para tudo, fala de tudo, mas quando é para resolver na prática os seus problemas, se demonstra extremamente teórica e desorganizada. Somente com a reflexão consciente sobre um problema e com estudo e planejamento do que se vai fazer é que podemos tomar decisões acertadas. Neste aspecto entra a nossa Consciência, que com concentração dirige o foco de nossa Mente para se buscar alternativas a algo que tenha de se fazer. Por isto, há duas formas de se passar o dia e isso tem a ver com o Círculo que estamos buscando (o Espiritual e o da mecânica dos Eus): a Essência em ação, controlando a atividade de cada momento ou com nossa mente solta e desorganizada. Porque somente desta forma (Essência no controle) é que podemos enfrentar outro aspecto interno que nos faz ser sempre os mesmos: A Canção Psicológica.

Na Tagarelice Interior temos o hábito de emitir opinião sobre tudo e todos, inclusive fazendo pré-julgamentos. Na Canção Psicológica somos a “vítima do mundo”, cantando nossa canção a todos que queiram ouvi-la, inclusive secretamente. Neste caso vemos o mundo e as pessoas como se nos devessem, que não nos premiaram no devido momento, que mesmo nós sendo “mansas ovelhas” não nos trataram adequadamente, etc. Com a Tagarelice e a Canção Psicológica vivemos submersos em nosso mundo interior, com nossas eternas justificativas, porque temos marcada tendência de nos aceitar do jeito que somos e não querermos mudar. Sempre dando um jeitinho de viver comodamente, de forma a satisfazer todos os desejos ocultos de nossos Egos...

O Exterior é o reflexo do Interior. Na Gnose, a forma como nos relacionamos psicologicamente tem muita importância (não só as ações, mas os pensamentos e sentimentos que desenvolvemos em relação aos que nos cercam). A harmonia do ambiente se reflete no estado interno e, posteriormente em uma prática.

"Assim é que, todas as coisas que queirais que os homens vos façam, assim, também, fazei-o vós a eles" (Mateus VII, 12)

Logicamente em tudo que se queira eliminar deve ocorrer um sacrifício. Um sacrifício de algo que gostamos ou estamos viciados para algo que vai nos levar a um sentimento e pensamento mais elevados em relação ao trabalho espiritual, inclusive refletindo em benefícios ao próprio corpo físico. Para nascer uma planta existe o sacrifício da semente, isto indica uma transformação. Na verdade, não devemos nos preocupar com o que seremos se sacrificarmos este ou aquele defeito (ou comportamento). Nossa Essência e as virtudes (ou faculdades) que surgem desta ação se encarregam de ocupar e embelezar este espaço psicológico, nos levando cada vez mais ao caminho da Revolução.

Nossa Mente é como um cântaro quebrado, precisamos restaurá-la, reorganizando a nossa psique, para que ela seja capaz de assimilar as mensagens que vem de nosso Ser, para que possamos armazenar todo este conhecimento que ele nos passa, seja através de um sonho simbólico, de uma experiência consciente ou da própria meditação.

Por isto uma das chaves do trabalho gnóstico na atualidade é, diante de tantos atrativos ou opções de fantasia e distração para a nossa Mente, é a de nos ocuparmos de forma sadia com atividades e práticas que mantenham a nossa Essência ativa. Isto com certeza vai se refletindo na criação do Centro de Gravidade Permanente e vamos trabalhando com cada vez mais entusiasmo para liberarmos mais a nossa Essência.

Este trabalho sobre si mesmo e a constância nas práticas é como um diamante que vamos lapidando ou um tesouro que vamos descobrindo dentro de nós. Temos de escavar nossa Psicologia diariamente, detalhar-la, abandonar o que não nos serve e cultivar o campo da Fé dentro de nós mesmos. Precisamos acreditar mais em nosso trabalho, na força de nosso Ser e de que com um trabalho sério e organizado conseguiremos nos livrar das garras de nossos Eus, conquistando as virtudes e faculdades que com nosso Coração tanto almejamos.

Para isto devemos nos tornar menos tagarelas, nos tornarmos mais introspectivos e eliminarmos (com a morte psicológica) esta trilha de Canções Psicológicas que fomos construindo ao longo do tempo.