MEDITAÇÃO
Sabemos que dentro do conhecimento que nos é entregue pela Gnose não podemos ficar somente na teoria, daquilo que lemos, vemos ou ouvimos. Há que se levar à prática, aos campos dos fatos, com muito trabalho, paciência e dedicação, para que possamos ir retirando os resultados.
Segue abaixo o relato do V.M. Samael, sobre quando conquistou pela primeira vez a experiência do Samadhi, livrando-se da mente e dos egos, chegou a sexta dimensão, ao mundo causal. Em outras palavras, ele se livrou da prisão da Mente e a Essência escapou das mãos dos egos naquele momento, para atingir o Vazio Iluminador, a Meditação.
“Se eu não tivesse tido em vida a experiência do Vazio Iluminador já em minha mocidade não estaria falando agora da forma que eu estou falando. Essa experiência vivida jamais se apagou de minha consciência, nem de minha mente, nem de meu coração...
Convém experimentar a grande realidade alguma vez na vida, porque assim se enche de ânimo para a luta contra si mesmo.” V.M. Samael Aun Weor
Assim como o céu totalmente nublado impede que cheguem até nós os raios de sol, a nossa mente inquieta e sempre cheia de pensamentos, também impede que recebamos as mensagens ou orientações do nosso Real Ser, de nosso Mestre Interno. Já quando conseguimos aquietar a mente, através da meditação, é como um dia em que todas as nuvens foram dissipadas e o Sol brilhasse com toda a sua luz num céu totalmente limpo e azul. Assim é como temos a dádiva de receber mensagens diretas de nosso Real Ser. A experiência do Vazio Iluminador é essencial e necessária para o despertar da consciência, para nos dar força no caminho, porque teremos contato direto com a verdade, com o real, com os mundos eletrônicos.
Para aquietarmos a mente ou para atingirmos o estado do “não pensar”, devemos aprender a aplicar a força de equilíbrio entre os opostos, já que é comum durante o dia ficarmos presos ao batalhar das antíteses.
Nossa Mente nos joga de um polo a outro: ora estamos tranquilos e alegres, daqui a pouco estamos tensos e preocupados. Devemos aprender a sair dos extremos e não nos deixar levar pelo polo positivo ou negativo da Mente. Para isto utilizamos a Compreensão buscando a verdade entre os opostos, para se chegar ao ponto central, onde o pêndulo para. Todavia, esta prática ou didática não será possível sem a Concentração (Atenção).
Em nossas atividades do dia a dia devemos manter uma disciplina de estar concentrados a todo momento no que estamos fazendo. Se na prática do Desdobramento é necessária a Concentração, para ver o momento da saída do corpo astral, também na Meditação precisamos da Concentração, porque é necessário parar o processo do raciocínio e do pensamento.
“Olhe, eu lhes dou um conselho. O Mestre sempre fala de dedicar a cada coisa o seu momento. Temos diferentes atividades no dia, não? Que variam. Então, isso que dizia o Mestre, "dedicar a cada coisa o seu momento", quer dizer concentração no que se está fazendo. É uma concentração. (...)
(...) É melhor coisa por coisa. Isso é o melhor para nós e a gente se vai educando, para que no dia em que diga: "Vou para meditar ou vou para me concentrar", com facilidade o fazemos, porque nos vamos educando. No trabalho diário nos vamos educando.” V.M. Rabolu
Ainda com relação à concentração, diremos que ela somente ocorre quando há um único pensamento. Este é o estágio anterior para que depois possamos descartar este único pensamento e atingirmos a Meditação. Além da concentração, é necessário que durante a prática da Meditação estejamos com sono. O sono somado à concentração de um único pensamento, pouco a pouco, nos conduz a meditação, quando entramos num estado de quase catalepsia, pois, as funções do corpo e os batimentos cardíacos diminuem muito.
Neste estado é que ocorre o escape da Essência para a sexta dimensão. Sono, concentração e uma meditação correta, é a fórmula para se ter êxito nesta prática.
No início podemos começar com práticas de 10 ou 15 minutos, desde que sejam bem feitas. A partir do momento em que se perde a concentração, não adianta passarmos horas tentando lutar com a mente. Assim já, sem atenção, acabaremos passando a maior parte do tempo divagando, absorto em múltiplos pensamentos.... Contudo, podemos e devemos aumentar muito este tempo, aos poucos, dia após dia, se quisermos triunfar na meditação, ao contrário, ao invés “de mergulharmos em um lago profundo e cheio de vida, ficaremos sempre molhando os pés em uma poça d’água, que não tem vida e seca com o calor”.
“Quanto mais intensificava minhas práticas de meditação, mais eu sentia que me aproximava do íntimo e de suas respostas instantâneas...” V.M. Samael Aun Weor
Etapas que necessitamos para a prática de meditação:
1- Faquir: Devemos assumir uma posição, que seja confortável, mas não nos faça dormir muito rápido. Se manter nessa posição sem se mexer e relaxar totalmente o corpo.
2- Monge: Fazemos as conjurações, círculo mágico e nossa oração ao Pai interno.
3- Iogue: Neste passo fazemos a nossa prática ou trabalho.
4- Equilíbrio: Quando unimos todos esses passos. Logramos a concentração perfeita e o êxito em nossa prática.
TÉCNICAS DE MEDITAÇÃO
Prática da Rosa e da Roseira (morrer e nascer das coisas):
"Sentados em uma cômoda poltrona, com o corpo bem relaxado, ou deitado na cama com a cabeça voltada para o norte, devemos imaginar alguma coisa, por exemplo: a semente de uma roseira. Imaginamos que ela foi semeada cuidadosamente em uma terra negra e fértil e que agora a regamos com a água pura da vida.
Continuamos com o processo imaginativo e transcendental ao mesmo tempo, visualizando como brotam as espigas daquele talo e por fim os raminhos e as folhas. Imaginamos como por sua vez aqueles raminhos cobrem-se de folhas completamente e aparece um botão que se abre delicadamente; é a rosa. No “estado de mantéia”, como denominavam os iniciadores de Elêusis, falando dos gregos, chegamos até a sentir o próprio aroma que escapa dentre as pétalas vermelhas ou brancas da preciosa rosa. A segunda parte do trabalho imaginativo consistiria em visualizar o processo do morrer de todas as coisas.
Poderia se imaginar como aquelas perfumadas pétalas vão caindo, como pouco a pouco vão murchando, como aqueles ramos outrora tão fortes convertem-se depois de algum tempo em uma porção de lenha. Por fim, chega o vendaval, o vento, e arrasta todas as folhas e toda a lenha. A meditação profunda sobre o processo de nascer e do morrer de todas as coisas é um exercício que deve ser praticado de forma assídua, diariamente. É claro que com o tempo nos dará a percepção interior profunda daquilo que poderíamos denominar de mundo astral. É bom ainda advertir a todo aspirante que qualquer exercício esotérico, incluindo este, requer continuidade de propósito. Se praticamos hoje e amanhã não, cometemos um erro gravíssimo. Havendo aplicação de verdade no trabalho esotérico, o desenvolvimento dessas preciosas faculdades da imaginação torna-se possível. Quando, durante a meditação, surgir em nossa imaginação algo novo, algo diferente da rosa, será sinal evidente que estamos progredindo. No princípio, as imagens carecem de colorido, mas conforme formos trabalhando, elas irão se revestindo de múltiplos encantos e cores." (...)
Conferência "A Análise da Mente" - Samael Aun Weor
No final, depois que imaginamos que a roseira virou pó, permanecemos concentrados na morte, no tempo e no pó, onde tudo retorna... no silêncio, no vazio... na escuridão... até que venha uma explosão de luz... é a porta por onde devemos entrar...
Prática com uso da Dualidade:
Começamos esta meditação concentrados no coração e em suas pulsações. Em seguida, quando nos sentirmos mais relaxados e com sono, vamos observar a mente e os pensamentos que nos chegam.
Vamos estudá-los sem nos identificar, buscando a verdade de cada pensamento, trabalhando a dualidade de tudo, belo e feio, bom e ruim, claro e escuro... assim fazemos a mente parar, já que ela trabalha como o pêndulo de um relógio. Nosso objetivo é o meio, o centro e assim vamos concentrando a mecânica do pêndulo num ponto em que ele deve parar... onde está a verdade. Aos poucos, vamos adestrando a mente para que nosso caminho, concentração e imaginação, tenham como foco a verdade, até que por fim nos libertamos do corpo, dos afetos e da mente e alcançamos o Vazio Iluminador...
(...) “Deixar isso que chegou à mente. Abandoná-lo. Dizer: "Veja, eu não estou buscando isto, estou numa concentração". E abandona isso.
(...) Abandona-se, despreza-se esse pensamento ou se lhe busca a dualidade. "Amanhã tenho que fazer um trabalho". Qual é a dualidade desse trabalho? Não fazer nada. Essa é a dualidade.” V.M. Rabolu
Prática com os Koans:
Koans são frases ou situações em que a Mente não encontra uma resposta, ficando encurralada. Desta forma também chegamos à quietude e ao silêncio da mente.
Exemplos:
1- Unidade: sabemos que todas as coisas se podem reduzir à unidade. Tudo se pode reduzir à unidade. A que se reduz a unidade? Por exemplo, isto, podemos reduzi-lo à unidade. E a que se reduz a unidade? Nós podemos reparti-lo em partículas, até que fique uma unidade. Porém, essa unidade a que se reduz? É um problema para a mente que não encontra resposta. Um problema para a mente que não encontra resposta. Isso é um Koan.
2- Árvore no precipício: Que faria você ao aparecer instantaneamente numa árvore muito gigante, agarrado, você (numa corda), sustentado lá com os dentes, atados os pés e as mãos, assim. Que faria você para não se matar? Se grita, se mata. E é para não se matar. Que faria você nesses momentos? Se fala, se se solta, pois, se matou! Se se solta... porém, é para não se matar! O problema é esse.
3- Som da palma: se chocamos as duas palmas das mãos, produz-se um som. Sim? Que som está produzindo esta sozinha? (Com uma só mão?) Se alguém o sente que o diga. Alguém sente esse som?". – Não! Bem, faz-se uma, duas ou três vezes para escutar esse som que é produzido pelas palmas das mãos ao se chocá-las; e se faz uma ou duas vezes, tratando de escutar... e adormeça-se, tratando de escutar esse som que é produzido por uma só palma da mão.
Prática com uso de Mantrans
OM MANI PADME HUM
Este Mantra se vocaliza assim: “OM MASI PADME YOM”. A vocalização é letra por letra, assim:
Ooooooooooooooommmmmmmmmmmmmmm... Maaaaaaaaaaaaaaa... Siiiiiiiiiiiiiii... Padme Yooooooooooooooommmmmmmmmmm...
O significado deste mantra é: Oh, Meu DEUS em mim. Se vocalizará este Mantra adorando ao ÍNTIMO, rendendo culto ao ÍNTIMO.
Obs.: Pode-se fazer algumas vezes verbalmente e depois seguir fazendo mentalmente
GATE
“Relaxem seu corpo totalmente, depois de relaxado, se entrega totalmente a seu Deus Interior Profundo SEM PENSAR EM NADA, unicamente recitando com a mente e com o coração o mantra completo: Gateee, Gateee, Paragateee, Parassangateee, Bodhiii, Suaaa, Haaaa...” V.M. Samael Aun Weor
O vazio iluminador não acontece de uma hora para outra. Antes disso conforme formos nos tornando práticos e aprendendo a meditar, vamos recebendo outros benefícios da prática da meditação como: sentirmos uma paz; sentirmos a “seidade” (o Real Ser), a proximidade de nosso Ser Interno; receber mensagens objetivas de nosso Mestre Interno; compreendermos cada vez mais o ensinamento gnóstico; etc.
“Obviamente buscava o Íntimo, adorava-o no segredo da meditação, rendia-lhe culto... Sabia que, dentro de mim mesmo, nos ignotos recônditos de minha alma, o acharia. E os resultados não se fizeram esperar muito tempo...” V.M. Samael Aun Weor
Paz Inverencial!
Colaboração: Estudantes gnósticos do Gnose para Poucos / S.O.S.