OS QUATRO ESTADOS DE CONSCIÊNCIA E
AS TRÊS ETAPAS DO CONHECIMENTO
“É necessário saber que a humanidade vive com a consciência adormecida, as pessoas trabalham sonhando, as pessoas andam pelas ruas sonhando. As pessoas vivem e morrem sonhando” (V.M. Samael Aun Weor)
Todos queremos despertar interiormente, mas normalmente sonhamos acordados, pois, nossa consciência está adormecida. Precisamos fazer um esforço supremo para estar vigilantes durante o dia, em estado de Recordação de Si, para que possamos despertar internamente, para que a experiência da Verdade se torne um fato dentro de nós mesmos. À medida que praticamos a Recordação de si durante o dia também poderemos despertar nos sonhos e experimentar as saídas em corpo astral.
Nossos sonhos no plano astral, são projeções inconscientes, que nada mais são do que a repetição mecânica de ações, estados mentais e emoções pelos quais passamos durante o dia.
Existem também os sonhos projetados pelo subconsciente, que são acessados pelos arquivos de memória do passado, da existência atual ou de outras.
Além disso, há situações em que certos chacras inferiores da região do umbigo são abertos e dentro do nosso infraconsciente vivemos experiências que podemos traduzir como pesadelos.
Já os sonhos de Brahma, são experiências vividas pelo nosso Íntimo nos mundos superiores e se refletem no astral para nós como cenas e situações que nada tem a ver com os acontecimentos externos ou internos de nosso dia a dia. Dentro desta categoria de sonhos, que chamamos de “experiência” vindas das partes superiores do nosso SER, temos os arquétipos, como uma ou mais mensagens que servem para nos instruir esotericamente.
Assim devemos entender que para podermos deixar de sonhar durante o processo de sono e repouso do corpo físico e também deixar de “sonhar acordados”, necessitamos de Autoconsciência ou consciência de vigília. Deste modo, com o trabalho da Revolução da Consciência, poderemos um dia alcançar a Consciência objetiva desperta.
A CONSCIÊNCIA
Para compreender a palavra Consciência, vamos nos referir ao seu sentido oposto, a Inconsciência. Para isso, basta refletirmos sobre a história da humanidade e também o seu estado atual:
Guerras, poluição ambiental, uso descontrolado de tecnologias como a internet, o celular e as redes sociais, desperdício de alimentos, consumismo excessivo, indiferença diante das injustiças, má alimentação, isto só para citar alguns exemplos. Todos movidos pelos nossos mais terríveis defeitos, pois as guerras são movidas pelo ódio e pela ambição, o consumismo excessivo é movido pela vaidade, as injustiças sociais pelo egoísmo etc.
Em outras palavras diremos que a Inconsciência se refere ao desconhecimento ou à falta de julgamento em relação ao que se faz ou se diz, há falta de coerência entre o pensamento, o sentimento e a ação. Essa falta de discernimento é gerada pelos agregados psicológicos que carregamos dentro de nós, que personificam nossos defeitos, os quais não nos permitem ver a Realidade como ela é em todo o seu contexto.
A inconsciência nos leva a agirmos de maneira impulsiva e irresponsável, sem que pensemos ou reflitamos nas consequências, já que comumente vivemos em um sono profundo devido ao estado de fascínio pelas situações e eventos da vida, como o trabalho, a casa, as roupas, as festas, os amigos, o álcool, drogas e, por isso, preferimos fechar os ouvidos àquela voz interior, a nossa Essência, o princípio divino de cada ser humano, que oprimida ou engarrafada pelos defeitos luta pela nossa liberação.
Mas, “observe que os arcos e as flechas não apontam em uma única direção, mas em duas simultâneas”. Esta frase atribuída ao Mestre Judas Iscariotes revela a antítese, neste caso, entre consciência e inconsciência e a direção em que lançamos a flecha. Você deseja um presente melhor para a humanidade? Você deseja uma humanidade consciente? Como seria uma humanidade consciente? Como seria sua vida consciente?
De tal forma que “O caminho começa no corpo com os cinco sentidos” “Despertar é usá-los e não os confundir com você” (V.M. Judas Iscariotes). Ou seja, não somos nossas emoções, sentimentos ou pensamentos mecânicos, estes apenas alimentam a razão subjetiva, racionalista e é claro que não contribuem com nada além do que pertence ao seu próprio mundo, o mundo dos cinco sentidos, ao material. “O intelecto por si só é racionalista e subjetivo, sempre que ouve um tema sobre reencarnação, sobre o karma, exigirá provas, demonstrações” (V.M. Judas Iscariotes). A Verdade, a Realidade superior, que vai além da matéria, só pode ser percebida com faculdades superiores.
Então, quando nos encontramos em estado de Recordação de Si e Auto-observação, de atenção plena, em um caminho de autodescoberta, lutando contra o fascínio que nos trazem os 5 sentidos, podemos identificar o agregado psicológico que se apresenta naquele momento e aplicar as práticas de Transformação de Impressões e Morte em Marcha. À medida que vamos desintegrando nossos defeitos, podemos ir liberando nossa Essência através da prática da meditação e podemos avançar em estados superiores de consciência, obtendo a capacidade interna de perceber, compreender e experimentar de maneira profunda e direta a Realidade, assim “a consciência só pode ser desperta através de trabalhos conscientes e esforços voluntários”, “A consciência é a luz que o inconsciente não percebe”. (V.M. Samael Aun Weor)
“Quem quiser despertar a consciência deve eliminar de seu interior todos os elementos indesejáveis que constituem o ego, o Eu, o Mim Mesmo, dentro dos quais se encontra engarrafada a essência”. (V.M. Samael Aun Weor)
OS QUATRO ESTADOS DE CONSCIÊNCIA
“Ao vir ao mundo, todos nós temos 3% de consciência e 97% dividido entre subconsciência, inconsciência e infraconsciência”. (V.M. Samael Aun Weor)
O Mestre Samael indica que existem 4 estados de consciência: Eikasia, Pistis, Dianóia e Nous. Os dois primeiros estados estão relacionados com os aspectos sensoriais (os 5 sentidos), com o que vemos, cheiramos, ouvimos, tocamos e provamos.
Em “Eikasia” se expressa a Infraconsciência, estamos absolutamente identificados com nossos erros e assim se desenvolve toda a barbárie humana: crimes hediondos, guerras, degeneração sexual, drogas, miséria. Eikasia é o estado de ignorância absoluta e a ignorância nos afasta dos verdadeiros valores. Eikasia nos leva a um estado de hipnotismo coletivo.
Em “Pistis” está o Subjetivismo. É o conhecimento aceito passivamente, sem buscar provas da realidade. A Mente Sensorial só acredita no que experimenta. Também temos a Mente Intermediária, onde residem as crenças em dogmas inquebrantáveis. Em Pistis, desenvolvemos preconceitos, fanatismos. Aqui nos encontramos enraizados em nossos hábitos e costumes, que acabam criando uma atmosfera de comodismo e estagnação.
Os dois últimos estados de consciência estão relacionados com a Realidade Superior, que precisa ser comprovada através do aparato psíquico da máquina humana.
Em “Dianóia” já temos a revisão intelectual das crenças. A Mente Interior elabora seus conteúdos com dados fornecidos pela Consciência superlativa do Ser. A Dialética é utilizada como um processo de educação da inteligência, uma pedagogia do espírito que nos prepara para contemplar o Ser ou a Verdade. Dianóia é autoconsciência. Precisamos abandonar os estados de Eikasia e Pistis para viver no estado de Dianóia. Cada verdade adquirida através da Fé vai se torna viva pouco a pouco e se passa a ser uma convicção dentro de nós mesmos.
“Na simplicidade do coração, nos preparamos para receber o raio da razão e esse raio prepara o coração para a percepção da Luz”. (Eckartshausen)
“Nous” é a Supraconsciência. Mundo da Intuição ou Consciência Objetiva. Nous é o chamado estado de Turiya (iluminação, intuição). Nous é o mundo dos arquétipos divinos. Podemos receber experiências oníricas desse estado através de sonhos arquetípicos. Através de “Nous”, nossa mônada poderá retornar ao Absoluto, vivendo em um estado de absoluta felicidade e perfeição.
À medida que avançamos nos estados de consciência relacionados à Realidade Superior, começamos a percebê-la, compreendê-la e experimentá-la de maneira profunda.
AS TRÊS ETAPAS DO CONHECIMENTO
“Nossa consciência vai despertando para estados mais elevados do Ser e da vida. O conhecimento que não se torna consciência não serve para nada”. (V.M. Samael Aun Weor)
O mestre Samael nos indica que as três etapas do conhecimento ou os três aspectos para seguirmos o caminho para o nosso despertar, que vão além da mente e dos cinco sentidos.
São eles: a Imaginação, a Inspiração e a Intuição, para as quais, como sempre neste caminho de autodescoberta, é necessária a prática. É importante sabermos que dentro das práticas para obtenção dos estados superiores de consciência e manifestação destes poderes em nós, a qual pretendemos alcançar com toda sua plenitude deve sempre ser acompanhados do trabalho de eliminação de nossos “egos”.
A Imaginação como um degrau obrigatório dentro nosso caminho esotérico, deve ser vivida como um meio para chegarmos ao nosso Real SER.
É importante saber e diferenciar entre imaginação mecânica e imaginação consciente. Existe a imaginação mecânica, produto da mente, que são as Fantasias, que pode ser um meio pelo qual os defeitos se fortalecem, pois não tem relação com a realidade superior. Ao contrário disso, existe a imaginação intencional, controlada ou consciente, que abre as portas da percepção espiritual, aquela que nos leva a verdades que não são do intelecto. A imaginação consciente nos confere o conhecimento imaginativo para ver na luz astral, como um sentido superior, além dos olhos físicos.
Imaginar é ver, é o primeiro grau da clarividência, como manifestação dos 3% de Essência que temos livres.
Já nos iniciados esta imaginação criadora se torna um poder maior a partir do despertar do chacra localizado entre cenho, “o chakra frontal é o trono da mente. Quando o estudo e a clarividência caminham de forma equilibrada e harmoniosa, então entramos de fato no templo do verdadeiro conhecimento”. (V.M. Samael Aun Weor)
Para alcançar o conhecimento imaginativo, devemos aprender a manejar a concentração (concentrar-nos em uma coisa) e saber meditar profundamente. Um dia, durante a meditação, surge na mente uma imagem, uma paisagem, um rosto, um objeto, etc. Isso já é um sinal de que estamos despertando para o conhecimento imaginativo. A consciência desperta aos poucos. Ao alcançar o conhecimento imaginativo, o estudante vê os símbolos, mas não os compreende.
A Inspiração nasce da compreensão e constitui a mais uma etapa do conhecimento. “Quando aprendemos a interpretar as imagens simbólicas dos mundos internos, então chegamos ao conhecimento inspirado” (V.M. Samael Aun Weor). O conhecimento inspirado, aquele que se sente no coração, nos dá o poder de interpretar os símbolos da grande natureza. Quando dormimos sem pensar, com a mente quieta e em silêncio, despertamos fora do corpo físico e nos elevamos ao conhecimento inspirado. Precisamos aprender a ver, sentir e interpretar na ausência do eu, de mim mesmo, evitando assim a clarividência negativa ou descontrolada e errônea.
Para a interpretação das imagens internas, existem a Lei das Analogias Filosóficas, a Lei das Correspondências e o estudo da Cabala Mística. O que se assemelha à mente? As ondas do mar. O que se assemelha ao sol? Um girassol. A que se assemelha ao olho do elefante? A sabedoria ancestral. É no estado de Dianóia que podemos receber elementos do Ser que nos ajudam no processo de interpretação dos símbolos que nos são apresentados no astral. “É preciso procurar entrar no Estado de Êxtase, de Amor, por tudo o que foi criado, de amor pelo Divino, para que a Inspiração surja em nós. Chegará o dia em que poderemos, não apenas ver, mas ao mesmo tempo sentir a Inspiração”. (V.M. Samael Aun Weor)
“O gnóstico que quiser chegar ao conhecimento inspirado deve se concentrar profundamente na música. A FLAUTA MÁGICA, de Mozart, que nos lembra uma iniciação egípcia; as nove sinfonias de Beethoven, o PARSIVAL de Wagner e muitas outras grandes composições clássicas, nos elevarão ao Conhecimento Inspirado.
O gnóstico, profundamente concentrado na música, deve absorvê-la como a abelha absorve o mel, produto de todo o seu trabalho.
Quando o gnóstico tenha chegado ao Conhecimento Inspirado, deve então se preparar para o Conhecimento Intuitivo”. (V.M. Samael Aun Weor)
Assim, a partir da imaginação consciente ou clarividência, pode-se chegar a ver a luz astral; da Imaginação, escala-se para a Inspiração, alcançando a compreensão do que se vê nos mundos internos a partir do sentimento do coração e, a partir daí, escala-se para a Intuição, o mundo dos grandes mestres, o mundo do Espírito Puro.
Intuição: “Quando sabemos sem precisar raciocinar, quando vemos uma imagem simbólica nos mundos superiores e sabemos instantaneamente seu significado, chegamos ao conhecimento intuitivo” (V.M. Samael Aun Weor). O mundo da Intuição é o mundo do Ser, é o mundo do Íntimo. O mundo da Supraconsciência. Todo iniciado, ao se mover no corpo astral, pode criar êxtase através do amor e elevar-se ao mundo dos anjos, arcanjos e serafins e assim alcançar o conhecimento intuitivo. Se o estudante praticar com tenacidade e suprema paciência, seu próprio Ser Interior lhe ensinará e instruirá no Trabalho. Ele estudará aos pés do Mestre.
“O mundo da intuição é o mundo das matemáticas. O gnóstico que quiser se elevar ao mundo da intuição deve ser matemático ou, pelo menos, ter noções de aritmética... Se o gnóstico praticar com tenacidade e suprema paciência, seu próprio Ser interno o ensinará e instruirá na Grande Obra. Então, estudará aos pés do Mestre e se elevará ao Conhecimento Intuitivo”. (V.M. Samael Aun Weor)
O mundo da intuição é o mundo do Espírito Universal da Vida, no mundo da intuição não há espaço para os agregados psicológicos porque é o mundo do Ser.
A prática da Rosa, símbolo vivo do Logos Solar: Na prática da Rosa podemos encontrar as três etapas do conhecimento. Para alcançar o êxito é necessária a prática constante. É importante ressaltar que é necessário praticar previamente e todos os dias a morte dos detalhes.
Tal como nos ensinou o V.M. Samael, devemos deitar-nos em uma poltrona confortável, de preferência com a cabeça voltada para o norte, relaxar o corpo e realizar uma prática de concentração, fixando a mente em algo, que pode ser os batimentos cardíacos. À medida que ouvimos os batimentos cardíacos, vamos deixando ir qualquer pensamento e, quando um pensamento surge, voltamos a concentrar-nos nos batimentos cardíacos. A concentração é a etapa anterior à meditação.
Uma vez que esvaziamos a mente de todos os pensamentos, mergulhamos na meditação da Rosa, imaginamos que nossa Mãe Divina nos entrega uma semente maravilhosa, que vamos plantar em terra fértil e regar, depois imaginamos como nossa rosa vai crescendo, primeiro o caule, os espinhos, depois as folhas e, por último, surge o botão da flor, tentemos ver as cores do caule, das folhas e, finalmente, da nossa flor quando ela se abre, vemos nossa rosa em todo o seu esplendor, depois começa o processo contrário à vida, que é a morte, e é aí que nossa rosa começa a murchar. Que parte da rosa começa a secar? Será o caule ou serão as folhas? Suas pétalas estão mudando de cor? Aos poucos, vemos nossa rosa secar até cair e morrer e vamos compreendendo o sentido da vida e da morte.
Então, mergulhados em profunda meditação, continuamos com a segunda etapa, que é a Inspiração. Procuremos sentir em nosso coração a inspiração daquele ato de nascer e morrer. Ver com os olhos da clarividência o Elemental da rosa, sentir com o coração o Elemental da rosa, estaremos desenvolvendo duas grandes virtudes, produto de estados superiores de consciência: a imaginação e a Inspiração. Então estaremos preparados para a terceira etapa, que é a Intuição, o reino do Espírito puro.
“Não seria possível compreender realmente os Seres estritamente espirituais que vivem lá, na região dos Elohim, se não tivéssemos desenvolvido a Intuição, não entenderíamos nada, porque eles falam de uma certa forma, de uma certa maneira, e se não formos Intuitivos, não os compreendemos (é preciso saber compreendê-los).” “Portanto, essa é uma faculdade preciosa que devemos desenvolver em nós mesmos; mas comecemos pela escala mais rudimentar, a escala inferior, a da Imaginação; continuemos depois com a Inspiração, antes de entrarmos no Reino da Intuição.” (V.M. Samael Aun Weor)
Paz Inverencial!
Colaboração: estudantes gnósticos do Gnose para Poucos / S.O.S.